Hoje para viver
precisei do som eterno do cello
deixei a voz do homem
partir sem grandes delongas.
Criei uma estátua
cheia de velhos musgos
onde o tempo escorregava
pelas suas sinuosidades
e me larguei num banco vazio
para desfilar minhas paixões.
Corri para seus olhos,velha estátua
mas por que os deixou fechados?
... queria seu olhar
e deixei que o meu eu
violasse o velho nada
sempre confortável e fúnebre
no frio permiti que a camélia
ficasse branca e forte
outras vezes, a cor vermelha
me lembraria que era mulher
com dois caminhos
um cheio de grandes estranhezas
outro de pequenos e delicados espelhos
minha estátua, cheia de ângulos.
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