, noite invernal
mandarim do asfalto
queima o seu fogo
tocando com seu o sabre o chão
das faíscas- a explosão solúvel
pingos de cobre, gotas sagradas
sinfonias das fumaças
uma mulher vomita seus tormentos
levanta a mão esquerda
limpa a boca
e sai com sandálias manchadas
olha para o entroncamento
na linha reta, seria tranquilo, com os olhos cristalinos
mas quer os olhos cheios de areia.
Do seu lado direito, olhos vertentes, procura a sujidade da rua
centro da dor
vai ao encontro do mandarim,
vestindo cachecóis cinzas tocados pelo esgoto vivo,
um homem desesperado em chamas
rola sobre as calçadas
o corpo libera seu cheiro
do seu desespero, escuto uma fala
deito ao seu lado e procuro uma pedra para deixar a cabeça apoiada
seus olhos ejetados me procuram
entreolhares se consomem.
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