,assombrado descubro a noite ousada
pelas ruelas, encontro uma mulher
toca minha mão
seu cheiro é do rum
pelo corpo tem espalhados velhos dragões desalinhados
como esculturas de jade (ou cicatrizes?)
Mundo de abajur dourado e cortinas pretas de plástico
Sussurra que morre pelas vozes dos homens
percorro a sua língua de fogo que me congela
E sobre as minhas costas caminha com seus saltos quebrados
perfura minhas vontades.
Desfigura a verdade volátil da vida
violenta minhas recusas
levanto e quero correr das suas verdades
quebro os espelhos.
Ela sorri e corta minha virilha
se contorce
goza e ensopa minhas mesquinharias.
Escorrega pelas minhas vísceras,
abandonada em sua solidão,
busca nos meus olhos
um acalanto
segura minha cabeça
grita para que eu a ouça
-A dor nunca é esquecida
se torna vívida para cada respirar.
Perdi o meu olhar...
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