, ruas higienizadas
lavadas com o sangue pastoso do esgoto escorrido
produzem um espaço para o grito
-Arranca a mulher da casa
no chão, ela olha para o sul
não há mais espera ou sonho.
- Mata, mata!
a mulher arrastada, socada, apedrejada
levanta a cabeça
senta e agarrada pelo imponderado
segura parte do corpo tombado com os punhos fechados.
O vagabundo com seu pé
se desliga da realidade
e aproveita o seu desmando
acerta o coração da mulher
que rola para a própria vala.
Dos homens e das mulheres afloram as sombras
e as crianças que correndo vão enterrando suas poucas horas
-Mata, não filma não...
a polícia chega, muito devagar,
ao lado, os loucos
no chão - a raiva corporificada.
E não houve um não.
................. Brasil e a barbárie dos linchamentos...................
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