domingo, 30 de novembro de 2014
Dois reais
No entorno - o inferno
Meus olhos, lentes cósmicas
entre os seus reflexos
o vácuo promíscuo das propinas
da leviandade de um ( des) governo
aos dedos entrelaçados às alças dos caixões
nossos passos se arrastam pelas vielas
a voz dobra silêncio
pela criança que pede dois reais para o vadio
nos vazios das estradas federais
que lhe come a carne e vomita a alma
aos ignorantes e seus absurdos
aos silêncios das mulheres quebradas
sem defesa acorrentadas com cordões umbilicais
daqueles que sem voz
jazem petrificados pelas costas dos brasileiros.
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